27 março 2010

Fibromialgia, desânimo, cansaço e depressão


Desânimo! Como me livro disso?
Junto com ele vem o cansaço, a falta de vontade, o desinteresse, a dor no peito e muita tristeza por tudo isso.
No inverno eu culpo os dias nublados e agora ponho a culpa em quem?
Olho ao redor e vejo TUDO! Tudo o que preciso eu fazer, o que tenho que fazer e o que eu gostaria de fazer, mas nada faço. Continuo aqui parada me sentindo uma droga!
 

Parada em termos porque pelo menos estou escrevendo. Não sinto necessidade de ficar conversando ou desabafando com pessoas, não posso dizer que não converso porque falo com meus cachorrinhos o dia todo. Escrever tem me ajudado muito, faz com que eu me conheça melhor e perceba mais coisas, faz com que o pensamento crie forma e vá se desenvolvendo mais lentamente e com mais detalhes e consigo organizar melhor as coisas aqui dentro. Cada louco tem sua mania não é mesmo?
Este é um dos motivos que me levaram a criar um blog. Porque tenho que descartar o que estou escrevendo? Talvez possa ser útil a alguém. Estou em expondo? Claro! Mas não tenho nada a esconder. Muitas vezes tenho que pensar bem sobre o que estou escrevendo e ter certos cuidados porque não posso e não quero prejudicar outras pessoas.
Só não sinto desânimo aqui na frente desta telinha. O computador foi meu grande companheiro nas horas em que tive muita dor e sofrimento na pior fase que passei com a fibromialgia, sem ele eu teria enlouquecido.
Esse desânimo que sinto é terrível. Geralmente acordo pela manhã super animada, hoje vou fazer isso, aquilo e aquilo outro. Vou ao banheiro, tomo o meu café, alimento meus cãezinhos, rego as plantas e nesse meio tempo toda aquela vontade tão necessária para mover uma pessoa, desaparece, ando pela casa tentando encontrar algum animo, mas é em vão, pego uma coisa, largo, pego outra e largo também, olho para tudo e desanimo ainda mais.
O que eu tenho feito é não ficar me cobrando muito porque se eu fizer isso passo a me sentir pior do que já me sinto.
Apesar de tudo, sou uma pessoa afortunada, posso ir ao supermercado e comprar as coisas de que preciso só que não tenho vontade, tenho dois cãezinhos lindos que fazem o maior sucesso na rua, mas não tenho vontade de sair, nada me impede de ir ao salão fazer as unhas, mas não tenho vontade, aliás, minha vaidade foi para o espaço, sei que preciso sair para caminhar, mas não tenho vontade, eu poderia ir ao shopping comprar uma roupa nova ou um sapato, mas não tenho vontade e assim é.
Não tenho vontade! Muitos podem me dizer que esta vontade está dentro de mim, certamente ela está, mas em algum lugar inacessível.
Algumas vezes eu procuro pelo entusiasmo de outras pessoas para tentar me contagiar e ser feliz e normal por pelo menos algum tempo.
Não se contaminem com o meu desânimo e desejem nunca senti-lo.


Sem tudo

Sem vontade, sem finalidade, banalidade
Sem desejo, sem ensejo, bocejo
Sem querer, sem prazer, pesar

Sem vaidade, sem deidade, verdade
Sem zelo, sem apelo, anseio
Sem viver, sem mover, desvanecer

Sem disposição, sem satisfação
Sem ação, sem criação
Sem nada

O texto acima, inclisive esta poesia primitiva, são de minha autoria.

Se desejarem ler boas poesias é só dar uma espiada aqui:

* * * * *

24 março 2010

Fibromialgia e estresse


Quem tem fibromialgia só não tem uma coisa, a mesmice! A cada momento surge uma coisa nova.

Ano passado, próximo ao final do ano, fui parar no pronto-socorro. Estava passando por uma fase complicada com momentos em que fiquei mais nervosa. Certo dia, senti o lado esquerdo do meu rosto adormecido até o alto da cabeça, pensei, vou ter um AVC ou coisa do tipo e corri para o pronto-socorro, cheguei lá chorando e com muito medo, o médico que me atendeu, pasmem! Fez cara de bravo, como se quisesse dizer que eu não precisava ter ficado nervosa por isso e disse que eu estava com um surto de estresse. Digam-me, como não sentir medo se você acha que sua vida está em perigo? Fiquei um tempo em observação e fui liberada.
Depois disso, qualquer nervosinho que eu passo já sinto a minha face esquerda começando a adormecer e quando acontece isso eu sinto medo porque não acho normal sentir isso por qualquer coisinha.
Como a consulta com a minha médica está marcada para abril, decidi não esperar e passar com o neurologista que me atendeu assim que descobri a fibromialgia. Ele me tranqüilizou, disse que não corro nenhum risco, que isso é muito comum, que alguns pacientes com fibromialgia têm esse tipo de sintoma.
Moral da história! Estou acrescentando mais um remedinho na minha lista que não para de crescer, é um calmante tarja preta na dosagem mais baixa para ser tomado à noite, o que espero é que não seja por muito tempo. Daqui a três meses retornarei ao médico e veremos como estão as coisas.
Sou como uma menina crescida. Sinto muita falta dos paparicos da minha mãe, mas é melhor assim. As mães sofrem por seus filhos!

O texto acima é de minha autoria.

Encontrei uma poesia

O Remédio

A Amelinha está doente,
Chora, tem febre, delira;
Em casa, está toda gente
Aflita, e geme, e suspira.

Chega o médico e a examina.
Tocando a fronte abrasada,
E o pulso da pequenina,
Diz alegre: “Não é nada!

Vou lhe dar uma receita.
Amanhã, o mais tardar,
Já de saúde perfeita
Há de sorrir e brincar.”

Vem o remédio. Amelinha
Grita, faz manha, esperneia:
“Não quero!”
O pai se avizinha,
Mostrando-lhe a colher cheia:

“Toma o remédio, querida!
Dar-te-hei como recompensa,
Uma boneca vestida
De seda e rendas, imensa...”

- “Não quero!”

Chega a titia:

“Amélia é boa, não é?
Se fosse boa, teria
Toda uma arca de Noé...”

- “Não quero!”

Prometem tudo:

Livros de figuras cheios,
Um vestido de veludo,
Brinquedos, jóias, passeios...
Teima Amelinha. faz manha.

E diz o pai, já com tédio:
- “ Menina! você apanha,
Se não toma este remédio!”
E nada! a menina grita,
Sem querer obedecer.

Mas nisto, a mamãe aflita,
Põe-se a gemer e a chorar.
Logo Amelinha, calada,
Mansa, a colher segurando,
Sem já se queixar de nada,
Vai o remédio tomando.

- “Então? mau gosto sentiste?”
Diz o pai... E ela, apressada:

- “Para não ver mamãe triste,
Não sinto mau gosto em nada!”

Por Olavo Bilac
 
* * * * *

14 março 2010

Aniversário


É hoje.
Estou ficando mais velhinha! Cadê a velinha?
Já faz algum tempo que não faço a menor questão de festa e agitação.
Presente sempre é bom, de bolo eu também gosto muito, mas o que gosto mesmo é de ter um dia tranqüilo, feliz e agradável.
Parabéns a todos os piscianos sensíveis que andam por aí!

12 março 2010

Fibromialgia e sexo... Escrever sobre ele ou não?

Porque não?
Aqui todos são adultos, maduros e equilibrados. Menos eu.
Vivemos em sociedade e a coisa mais fácil é julgar, o difícil mesmo é se colocar no lugar do outro.
Em outros tempos, eu me sentiria insegura para escrever sobre sexo, mas agora estando mais madura é mais fácil, para eu me sentir menos vulnerável é só deixar claro que não estou interessada em encontrar outra pessoa. E também não vou escrever nada de mais.
Acham que estou muito preocupada? Talvez.
Muitos não se preocupam com o que estão escrevendo, deveriam pensar melhor porque toda e qualquer atitude, por mais simples que seja, tem suas conseqüências.
Abordarei o tema com fibromialgidade (acabei de criar esta) e não com sensualidade.
Não tenho estado muito entusiasmada pelo tema sexo, porque depois da aventura são pelo menos três dias com dores mais fortes e em diversos lugares.
Para os fibromialgicos é assim, sexo tem preço!
Depois de estar por alguns momentos/horas (Nossa! Será?) em puro estado natural, livre e instintivo, e não sem dificuldade quanto á grandes performances, tenho que enfrentar o inevitável dia seguinte.
A pele pode estar linda e radiante, mas o corpo, um lixo!
Dói quase tudo! Dói o quadril, as pernas, os ombros, os braços, o pescoço e as costas, esta última nem precisaria mencionar porque dói todos os dias.
Só não doem os olhos, o nariz, a boca, as orelhas, o cabelo, e tem mais o desconforto da fraqueza que sinto nos braços.
Vou usar uma frase que já ouvi. Não se preocupem, estou bem, só dói quando respiro!
De todos os sintomas da fibromialgia, a dor é o pior.
Dor nunca é bom, mas neste caso até vale a pena!
O texto acima é de minha autoria.
Querem ler um texto interessante?
“O menino de mim”
Está no blog de um jovem poeta http://daviroballo.blogspot.com/
Eu achei lindo! Tem muita sensibilidade e é forte.
Parabéns Davi Roballo
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